MISSÃO DA IPCG

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ADORAR o único Deus verdadeiro e anunciar Jesus Cristo como Senhor e Salvador a todos os povos, ENSINANDO a vivência cristã e ASSISTINDO ao próximo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Lição 1 

A Bíblia: História, Composição e Significado
Adaptado do Curso 
Iniciação Doutrinária, Igreja Presbiteriana da Madalena, Recife-Pe.

1. INTRODUÇÃO
As questões de religião, de uma forma geral, possuem três bases de autoridade: a) a tradição; b) razão humana e a Bíblia.

A tradição, reflete a voz da Igreja estabelecida ao longo do tempo que representa a base utilizada pela Igreja Católica. Os pensadores liberais utilizam a razão como ferramenta de trabalho e reflexão, colocando a fé em segundo plano e buscando explicações racionais para uma matéria que se deve dicernir espiritualmente. Por outro lado, os evangélicos reconhecem a Bíblia com verdade absoluta, fonte primária de autoridade e única regra de fé e prática. Assumindo essa posição os evangélicos não negam a importância das tradições e da razão, desde que não conflitem com as escrituras.

2. HISTÓRIA E COMPOSIÇÃO
A Bíblia é composta de 66 livros sendo dividida em duas partes principais: Antigo Testamento (AT) e Novo Testamento (NT). O AT reúne 39 livros, escritos originalmente em hebraico, com alguns textos e aramaico que eram as duas línguas faladas pelos judeus na antigüidade, no período aproximado de 1500 a 400 a.C. . O AT tem como tema a salvação no Messias que haveria de vir, o Messias Prometido. O NT é composto de 27 livros e foram escritos em grego (língua mais popular na época de Jesus e dos apóstolos) e hebraico (Mateus) durante a segunda metade do século I. O tema central do NT é a salvação realizada em Jesus Cristo. O AT testamento foi e ainda é considerado um livro sagrado pelos judeus, entretanto, não o consideram o NT. Por outro lado, tanto o AT quanto o NT são considerados sagrados pelos cristãos.

A Bíblia não foi escrita de uma só vez, mas em um período bastante longo de cerca de 1200 a 1500 anos, com intervalos. Por exemplo, entre o último livro do AT e o primeiro do NT houve um intervalo de aproximadamente 400 anos, chamado período interbíblico.
A ordem de organização dos livros da Bíblia não é cronológica. Por exemplo, o primeiro livro da Bíblia não é o livro de Gênesis, mas considerado como tal o livro de Jó. De igual modo, no NT o livro de Marcos é considerado o primeiro livro escrito e não o de Mateus.

A Organização dos livros da Bíblia se dá pelo seu estilo literário, como a seguir:

Antigo Testamento
 O pentateuco ou os Livros da Lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;
 Livros Históricos: Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
 Livros Poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão
 Livros Proféticos:
o Profetas Maiores: Isaias, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiele Daniel
o Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Novo Testamento
 Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João
 Livro Histórico: Atos
 Epístolas:
o Pastorais: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito e Filemon.
o Universais: Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas
 Livro Profético: Apocalipse

A Bíblia foi escrita por cerca de 32 (ou mais) autores de classes sociais e formações intelectuais diferentes, que viveram ao longo de um período de 1500 anos. A maioria deles jamais viu um ao outro, não havendo possibilidade alguma de se combinarem. Contudo, produziram uma coleção hamônica. É essa harmonia das várias partes da Bíblia, que evidencia sua origem divina. Moisés e os profetas escreveram os livros do AT, enquanto que o NT foi escrito pelos evangelistas e apóstolos. Alguns autores escreveram vários livros enquanto alguns deles escreveram apenas um. Moisés e Salomão estão entre os que mais escreveram livros do AT, enquanto Paulo se destaca como o que mais escreveu no NT.

Houve portanto, vários escritores humanos, mas apenas um escritor divino: Deus, que inpirou homens ao longo dos séculos, sendo o único autor de fato da Bíblia. Portanto, a Bíblia é a palavra escrita de Deus.

3. O SIGNIFICADO
A Bíblia é uma revelação de Deus para o homem. Tudo o que se acha escrito foi divinamente escolhido e registrado para ser a mensagem de Deus ao homem. Deus se revelou de várias maneiras, primeiramente através da natureza e da criação (Rm 1:19,20). Depois, pelas palavras dos profetas (ez. 7:1, Zc. 8:1) e de forma mais completa na pessoa de Jesus Cristo (Hb. 1:1,2). Para se revelar a todos os homens foi necessária a palavra escrita.

A Bíblia revela coisas que somente Deus podia saber, como a história da criação, profecias, o destino do mundo etc. A Bíblia, também revela respostas de coisas que as pessoas mais necessitam saber: donde viemos ( a origem), o que somos (a realidade) e para onde vamos (o destino). A Bíblia é a Palavra de Deus. Ela é “viva e eficaz” (Hb. 4:12), para transformar o homem por meio do conhecimento da verdade que liberta (Jo. 8:32), Jesus Cristo, o qual é apresentado como o único caminho para a vida eterna (Jo. 3:15), único e suficiente Salvador, pela graça e por meio da fé, como dom de Deus (Ef 2:8), por meio do qual somos justificados.

A Bíblia, é um todo organizado, que deve ser estudado como um só livro. O AT e o NT são partes diferentes da mesma história (a história do povo de Deus) e da mesma realidade (o plano de Deus para a salvação do homem no pecado).

Algumas comparações podem ser feitas entre duas partes para melhor compreensão.

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO
Divisões: princípio, história, profetas Divisões: princípio, história, apóstolos
História de Israel História da Igreja
O libertador de Israel: Moisés O libertador da Igreja: Jesus
A lei é dada no Monte Sinai A graça é dada no Monte do Calvário
O povo vive pela obediência à Lei O povo vive pela fé em Cristo
Os pecados são pecados são perdoados pelo sacrifício de animais Os pecados são perdoados pelo sacrifício do Cordeiro de Deus, Jesus
Aponta para o Messias como promessa a ser cumprida Aponta para o Messias como o cumprimento das promessas
Promete uma vida futura de benção e paz na Canaã terrestre Promete uma vida futura de bem-aventurança eterna na Canaã celestial, os ceus.

A Bíblia usada pelos evangélicos é pouco diferente da Bíblia adotada pela Igreja Católica, que tem sete livros (Tobias, Judice, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc) além de acréscimos aos livros de Ester e de Daniel. Esses livros são chamados de apócrifos, pois não são considerados ter sidos escritos por inspiração divina. O demais livros, que foram inspirados são denominados de higiógrafos (sagrados ou santos). As Igrejas Evangélicas recusam-se aceitar os livros apócrifos como parte das escrituras porque estes não faziam parte das escrituras originais que estavam completas desde o século II, tendo sido introduzidos por decisão do Concílio de Trento no século XV.

Nos anos de 284 a 247 a.C. um grupo de 72 rabinos traduziu as Escrituras do AT do hebraico para o grego. Essa tradução recebeu o nome de Sptuaginta, ou o nome versão dos LXX. Além disso, entre os anos 392 a 405 A.D. surgiu a Vulgata Latina, traduzida do hebraico para o latim, por São Jerônimo, tornando-se a versão oficial da Igreja Católica.

4. CONCLUSÃO
Nem tudo o que Deus disse e fez está registrado na Bíblia (Jo 21:25). Também não temos na Bíblia uma revelação completa de Deus (Rm. 11:33-36). A Bíblia é uma revelação vinda de Deus e uma revelação da sua própria pessoa. È falsa a afirmação de que a Bíblia “contém” a palavra de Deus, bem como a afirmação de que Ela “torna-se” a Palavra de Deus para aqueles que a Lêem e se impresionam com a verdade. Nós evangélicos estamos convictos de que a Bíblia “é” a palavra de Deus (Ef. 6:17)

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